Gil
Vicente coloca vários personagens numa situação-limite. Todos
estão mortos e chegam a um porto onde há duas embarcações, uma é
chefiada pelo anjo, que conduz ao paraíso. A outra pelo Diabo que
vai para o inferno. Eles esperam essas almas para decidirem assim
onde, quando e como vão viver a partir desse momento. O cenário é
uma espécie de porto, aí estão duas barcas, uma comandada pelo
diabo e a outra pelo anjo. Ambos os comandantes aguardam os mortos,
que são almas que seguirão ao paraíso ou ao inferno. Todas as
almas, assim que se desprenderem dos corpos, são obrigadas a passar
por esse lugar para serem julgadas. Dependendo dos atos cometidos em
vida, elas são condenadas a Barca da Glorificação ou à do
inferno. Tanto o anjo quanto o diabo podem acusar as almas, mas
somente o anjo tem o poder da absolvição. É de se supor que o
porto em que estão as barcas seja o Purgatório.
Essa peça
teatral nos faz refletir sobre nossos atos.
Já
pensou se você fosse julgado hoje?
Você
iria para o céu ou para o inferno?